NUNES PUBLICIDADES & EVENTOS

segunda-feira, 27 de junho de 2011

NESTA SEGUNDA-FEIRA OS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO RESOLVEM PELA PERMANENCIA DA GREVE

O descaso dos Governantes e Secretários com os servidores em Educação e com os demais servidores fica estampado com uma GREVE que já passou dos 40 dias. Em mais uma Assembléia os trabalhadores em Educação por unanimidade sem nenhum voto contra e nenhuma abstenção resolvem pela permanencia da GREVE.


Mas na verdade quem fica a no´prejuizo são os profissionais, alunos e a sociedade de modo geral.

sábado, 25 de junho de 2011

ATENÇÃO VAQUEIRAMA É NESTE SÁBADO NO CLUBE MUNICIPAL DE TANGARÁ... NÃO PERCAM... VENHA CURTIR DEDE MORAL & DEDIM GOUVEIA






Não percam neste sábado 25 de junho O GRANDE BOLAO DE VAQUEJADA no PARQUE THEODORICO BEZERRA COM A PREMIAÇAO DER$ 1.500.00.

E no CLUBE MUNICIPAL DE TANGARÁ A PARTIR DAS 23:00 HORAS ATRAÇAO FICA POR CONTA DO REI DO XOTE DO BRASIL !! DEDIM GOUVEIA E DEDÉ MORAL NO CLUBE MUNICIPAL DE TANGARÁ - RN...


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E AGORA O CONGRESSO DO SINTE/RN SERÁ REALIZADO NA DATA PREVISTA...


23 de junho de 2011

Após o vexame da última assembleia, realizada no dia 14 de junho, em que a direção do SINTE/RN valeu-se mais uma vez das suas manobras para impedir que a categoria debatesse temas de seu interesse, acendendo na base o sentimento de revolta, levando trabalhadoras a quase chegarem às “vias de fato” com a direção, o polêmico tema da realização do congresso da categoria em período de greve da Rede Estadual foi retomado na assembleia do dia 21.

O imbróglio em torno do congresso tem a sua origem no descumprimento pela direção atual do estatuto da entidade, que determina a sua realização a cada 2 anos. Ocorre que pessoas que ingressaram no magistério público do RN e de Natal a partir de 2005 não tiveram ainda a oportunidade de participar dessa importante instância de deliberação da sua entidade representativa, já que a direção não encaminha o congresso há seis anos, ou seja, são três congressos em atraso!

Diante da flagrante arbitrariedade da direção, a oposição CTB entrou com recurso na justiça exigindo que o congresso fosse realizado ainda no primeiro semestre desse ano. Com a obrigação determinada por força judicial, a direção procedeu à realização do congresso conferindo-lhe um caráter absolutamente formal. Primeiro, estabeleceu o critério de proporção de 01 delegado a cada 30 trabalhadores (as) por turno, o que simplesmente impossibilitaria a maioria das escolas do RN de elegerem representantes, já que praticamente não temos escolas com essa quantidade de trabalhadores (as) por turno, muito menos sindicalizad@s, visto que o contingente de terceirizad@s e contratad@s aumenta cada vez mais. Além disso, disponibilizou as atas e normas para retirada de delegad@s, assim como todas as informações referentes ao congresso, em tempo insuficiente para eleição dos representantes nas escolas cuj@s professores (as) não concordam com as práticas da direção, sobretudo porque não havia nem mesmo cartazes divulgando o evento.

Diante da deflagração da greve da Rede Estadual, o que impossibilita a retirada de delegad@s nessas escolas, houve um acordo entre as partes envolvidas no processo judicial e todas as forças – as da direção e as da oposição – para que o congresso fosse adiado para os dias 10, 11 e 12 de novembro, no Praiamar, hotel da capital em que ocorrem muitos eventos da educação. Isso ficou muito bem claro para tod@s, no entanto, poucos dias depois fomos surpreendidos pela presença de cartazes divulgando o congresso nos dias 28, 29 e 30 de junho, em Nísia Floresta (uma cidade da Grande Natal, relativamente distante). Obviamente, tratava-se de um golpe da direção que demonstrou não ter interesse em reunir a categoria em torno de um congresso. Primeiro quando o atrasou em 6 anos, depois quando foi obrigada pela justiça a realizá-lo e conferiu-lhe um caráter meramente formal (com data inviável e critério impossível para eleição de delegad@s). Por ultimo, quando passou por cima de um acordo entre as correntes, antecipando a sua data em cinco meses sem qualquer tipo de discussão, favorecendo a retirada de delegad@s apenas nas escolas em que exerce influência.

É fácil compreender porque a direção não quer um congresso democrático do qual a categoria participe efetivamente. Há muito tempo a maioria d@s dirigentes do SINTE não sabe o que é o cotidiano de uma escola e não tem interesse em debater os problemas que realmente afligem a categoria, sobretudo nesse momento em que está em debate o PNE 2011 – 2020, cuja política que aprofunda ainda mais os problemas já existentes nas escolas é defendida por ela, que é base do Governo Federal. Além disso, não querem debater questões fundamentais do regimento da entidade, que pretendemos reavaliar, como o funcionamento das eleições para direção do SINTE, bem como o período limite para ocupação dos seus cargos pela mesma pessoa.

A polêmica foi levantada na assembleia do dia 14 de junho, que sofreu uma manobra da direção. Num passe de mágica – depois de tantos apelos feitos pela oposição e por outr@s professores (as) da base, ainda durante a greve do município e desde o início da greve do estado para que o SINTE construísse o “Fora Micarla” juntamente com os demais setores – de repente, resolveu sair em passeata “em solidariedade” à juventude que há uma semana já ocupava a Câmara de Vereadores, bastando a oposição apresentar como encaminhamento a votação do adiamento do congresso. A justificativa dada para que a assembleia se dissolvesse foi a urgência em dar apoio à juventude e a irresponsabilidade da oposição que queria “dispersar a categoria” e não construir a caminhada, muito embora eu mesma tivesse utilizado o microfone, nas vezes em que tive oportunidade de fazê-lo nas assembleias, para chamar a direção e a categoria para engrossar o “Fora Micarla”, chegando até mesmo a conversar diretamente com um representante da juventude do PT na tentativa de que ele convencesse a direção disso.

Atenta a todo esse movimento, a categoria não vacilou. Tendo sido defendidas as duas propostas, uma que previa um congresso democrático, participativo, cuja realização não interferisse na mobilização da greve do estado; e a outra que previa uma congresso antidemocrático, baseado em critérios burocratizados e que desviaria o foco da atenção da categoria que, nesse momento, sem dúvida, tem que estar na greve, votou massivamente na primeira proposta, defendida pela oposição. Mas a batalha não foi encerrada, mesmo depois da votação, a direção ainda alegou questões judiciais para uma possível manutenção da data.

Nós lembramos que a justiça só pode ser empecilho quando não há acordo entre as partes. A CTB manifestou publicamente o seu acordo com o adiamento do congresso, comprometendo-se inclusive manifestá-lo na instância judicial. Falta apenas a direção do SINTE/RN cumprir o que foi decidido por mais de 90% da sua base na assembleia do dia 21/06, enviando ao juiz, com a máxima urgência, a ata da ocasião para que ele tome ciência de que se trata de um consenso entre as partes e, sobretudo, um desejo da categoria manifestado em instância democrática de decisão. Resolvido finalmente o imbróglio do adiamento, sugerimos que a data para o congresso seja definida a partir de uma discussão ou a partir de uma mínima consulta à base, levando-se em consideração a peculiaridade do momento após uma greve longa, e que se observe o critério da sua realização pelo menos 60 dias após o fim da greve do Estado.

GOVERNANTES NÃO FAZEM JUS AO SEU MANDATO, PREJUDICANDO AS PESSOAS QUE LHE DERAM UM VOTO DE CONFIANÇA... QUE PENA QUE A LRF EXISTE!!!

22 de junho de 2011

No dia 21 de junho, recebemos a informação de que a governadora Rosalba Ciarlini (DEM), além de se manter irredutível em relação à proposta apresentada aos educadores em greve, ainda elaborou um material que reproduzia a falácia dos 34% de reajuste para ser distribuído dentro da nossa assembleia! Ocorreu, no entanto, que @s própri@s funcionári@s da Secretaria de Educação e Cultura (SEEC) se recusaram a entregar o material alegando que nele havia mentiras. Com isso, Rosalba não contava!

Primeiramente, é necessário lembrar que a reivindicação inicial apresentada pelo SINTE à categoria e à governadora, a partir da qual deflagramos a greve, não era apenas o piso, que é muito baixo, mas a revisão do nosso plano de carreira e a nossa equiparação salarial às demais categorias de nível superior da administração direta. Isso representaria praticamente o salário mínimo calculado pelo DIEESE, uma reivindicação histórica do movimento.

A primeira proposta do governo, no entanto, só veio após 30 dias de greve, e não passava do cumprimento da Lei do Piso, com o percentual pago em prestações e somente a partir de setembro. Diante da consensual recusa da proposta em assembleia pelo seu caráter rebaixado, mas sobretudo porque ela não tocava na questão dos funcionári@s, a greve foi mantida.

A segunda proposta do governo veio com a manutenção do mesmo percentual parcelado, acrescida do engodo do enquadramento d@s funcionári@s que foram excluíd@s da medida eleitoreira do ex-governador Iberê (PSB), que durante a campanha contemplou uma parte desse segmento, prometendo estender o benefício do enquadramento aos demais caso fosse eleito.

Agora, Rosalba mantém a mesma proposta, partindo para uma covarde jogada de marketing, afirmando que está oferecendo 34% de aumento aos professores (as). O que ela não diz é que esse percentual só seria aplicado, na verdade, aos professores (as) de nível médio que hoje recebem o escandaloso salário de R$ 660,00, e que @s demais receberiam um percentual irrisório, o que colocaria fim à carreira da categoria, conquistada com muita luta. Tal política de acabar com a carreira da categoria, aliás, tem sido apresentada como proposta para o término das greves em todo o Brasil e vem sendo rechaçada nacionalmente, é lógico!

Ora! O piso nacional é lei e o Governo tem obrigação de cumpri-la. O enquadramento d@s funcionários já foi garantido com muita luta e a partir de nossas greves. Portanto, é mais uma obrigação e mais uma dívida do governo. Não estamos para brincadeira e as greves da educação tem se fortalecido nacionalmente, o que nos anima e nos faz entender a responsabilidade que temos de não permitir que um governo dê um mal exemplo que possa ser seguido pelos demais. Ao contrário, estamos seguindo o belíssimo exemplo d@s professores de todo país que tem enfrentado os governos de todos os matizes políticos e muitas vezes as burocracias sindicais na defesa de seus direitos.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

SE A GOVERNADORA OUVIR OS SENHORES DEPUTADOS AS GREVES PODEM ACABAR... OU NÃO...

Negociações

Professores vão se juntar a estudantes em acampamento

Por: Elizângela Moura/ Correio da Tarde / Publicado em 21/06/2011
Os professores da rede estadual de educação, estiveram reunidos ontem com representantes de outras categorias que estão em greve no Rio Grande do Norte, e ainda com os deputados estaduais, na assembléia legislativa, onde traçaram metas de negociação junto ao Governo.
Após o encontro, ficou acertado que todas as categorias deveriam enviar hoje contra-propostas ao Governo do estado, para que a comissão de deputados pudesse intermediar essa negociação. " Nós fomos recebidos pelo deputado Ricardo Mota e os demais representantes da assembléia, e posso dizer que é uma idéia, é um fato novo que pode dar resultados", destacou Rômulo Arnauld, coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado - Sinte/RN, regional de Mossoró.
De acordo com Rômulo Arnauld, o objetivo dessa contra-proposta é mostrar ao Governo que a categoria está pronta para negociar, desde que seja algo justo para os servidores. " É porque o governo tem falado em reajuste de 34%, o que não é verdade, foi apenas a Lei do Piso, não houve reajuste. Nós apresentamos uma contra-proposta ao Governo, e esperamos sinceramente que possa ser aprovada, para possamos retornar as salas de aula, e cumprir com nosso calendário letivo", informou o coordenador.
Segundo ele, durante a tarde de hoje, todos os servidores da educação estadual estarão reunidos em assembléia no auditório do Serviço Social da Indústria - Sesi, em Mossoró, e ao final da tarde, após analisarem as atividades da greve, os professores se deslocarão para a sede da XII Dired, onde se juntarão aos estudantes que lá estão acampados, desde sexta-feira passada. " Na realidade nós vamos ficar em frente ao prédio da XII Dired, já que os estudantes estão na parte interna do órgão. Sendo assim, vamos armar algumas tendas, barracas, e montarmos uma assembléia permanente em frente à diretoria de educação", finalizou Rômulo Arnauld.
A proposta enviada à Assembleia Legislativa e que será repassada ainda hoje ao Governo do estado, enumera os seguintes pontos:
1. Escalonamento do pagamento do efeito retroativo a abril/2011 dos 34%, que corresponde à implantação do Piso Salarial no Estado, haja vista o julgamento do STF em 06 de abril do corrente ano;
2. Escalonar o pagamento dos 34% proposto pelo governo para o magistério estadual em três parcelas iguais nos meses de julho, agosto e setembro;
3. Garantia do governo que a proposta de reajuste venha no sentido de assegurar todo o escalonamento na carreira do magistério. Respeitando a verticalidade e a horizontalidade;
4. Dar as garantias da implantação dos 21,76% na carreira do Magistério, decorrente da correção do Piso Salarial para 2012 o que pode afastar a hipótese de uma nova greve no estado;
5. Dar garantia de implementação da tabela salarial do magistério proposta pelos trabalhadores em educação, apresentando um escalonamento de implementação até o primeiro semestre de 2012;
6. Dar garantias da implementação imediata após o termino da greve da instalação da Comissão que irá trabalhar na revisão do PCCR do Magistério, Lei Complementar 322/06;
7. Implantar no contracheque dos servidores no mês de julho os 30% referente ao pagamento da Lei Complementar 432/10, para os 7.800 servidores que ainda não tiveram os efeitos financeiros do PCCR implantados no seu contracheque;
8. Escalonar o pagamento dos 70% referentes ao pagamento do restante do PCCR dos servidores da administração da seguinte forma: 30% no mês de setembro, 20% no mês de outubro, 10% no mês de novembro e 10% no mês de dezembro.
9. Negociar retroativo dos funcionários decorrente das parcelas não pagas de janeiro a maio de 2011; 
10. Tornar claro em que patamares serão efetuados a antecipação de 40% do 13º salário em junho. Se aplicado com o salário de junho, haverá complementação no mês de dezembro da diferença com vista ao novo salário;
11. Garantir a paridade e a integralidade entre ativos e inativos de qualquer proposta apresentada pelo governo; e
12. Garantia da continuidade da negociação da pauta dos trabalhadores em educação.
Caso seja aprovado, os servidores se reunirão em nossa assembléia ainda essa semana, para votarem pelo fim da greve, e o retorno as salas de aulas o mais rápido possível.

terça-feira, 21 de junho de 2011

REUNIÃO PREPARA CAMPANHA E PLEBISCITO PELOS 10% DO PIB JÁ

20 de junho de 2011

Reunião prepara campanha e plebiscito pelos 10% do PIB já
Na noite da quarta-feira, 15, depois de termos passado o dia no Congresso Nacional e assistido a fala do ministro Haddad, participamos de uma reunião para articular a luta nacional em defesa do investimento imediato de 10% do PIB na educação.


A reunião foi convocada pelos professores universitários, do ANDES. Todos ali consideravam que o PNE do governo não atende aos interesses da classe trabalhadora. Sendo assim, nos detivemos em um plano para lançar uma campanha nacional, que crie condições para o debate mais aprofundado, no qual cada meta do PNE seja discutida.


De todos os aspectos do PNE, um tema chave é o percentual do investimento na educação. É a falta de verbas que faz com que os professores recebam tão mal, como o colega que mostrou o seu salário para a foto ao lado, tirada no Rio de Janeiro. Não dá pra aceitar que continue desse jeito. Por isso, houve consenso em tratar esse tema de forma mais ampla possível. Será realizado um plebiscito, uma consulta não oficial, para saber quanto que a população acha que deve ser investido na educação.


A adesão e o sentimento de unidade entre as organizações foram animadores. Agora cada um de nós precisamos levar essa discussão para todos os espaços: na sala de aula, com os alunos e seus pais, em casa, com amig@s... Enfim, inserir a defesa dos 10% na nossa rotina, e ir preparando para o plebiscito.


E para quem, por algum motivo, estava se sentindo isolad@ na defesa da educação pública, dá só uma olhadinha no tamanho da lista de quem já indicou que estará com a gente na luta pelos 10% do PIB já, faltando apenas levar para os fóruns de suas entidades (sem contar com quem ainda vai aderir a campanha):


CSP–Conlutas (Central Sindical e Popular)
ANDES-SN – Associação Nacional de Docentes do Ensino Superior
MST – Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra
SINASEFE – Sindicato Nacional dos Servidores Federais
SEPE – Sindicato Estadual dos Profissionais da educação do RJ
ANEL – Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre
Fórum Estadual em Defesa da Escola Pública do RJ
Minoria CSP–Conlutas na APEOESP
Oposição CSP–Conlutas na educação RN
Unidos para lutar
ABEPSS – Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social
SIND–Rede/BH
Vamos à luta
ENECOS – Executiva Nacional de Estudantes de Comunicação Social
EXNEL - Executiva Nacional de Estudantes de Letras
Centro Acadêmico de Letras da UNB

PNE com 10% do PIB para educação é debatido por Amanda Gurgel no Piauí

Deu na Imprensa: PNE com 10% do PIB para educação é debatido por Amanda Gurgel no Piauí


Alçada ao posto de heroína nacional após pronunciamento na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte em defesa da educação pública que virou fenômeno de acessos na internet, a professora Amanda Gurgel está neste sábado (18) em Teresina para debater o Plano Nacional de Educação (PNE) 2011/2020, Projeto de Lei 8035/10, que está em tramitação no Congresso Nacional. Amanda Gurgel é integrante da Central Sindical Popular - Conlutas.

"O Governo está lutando para aprovar um investimento de até 7% do PIB (Produto Interno Bruto) na educação nos próximos dez anos. Mas nós defendemos investimento de 10% do PIB já, rumando a 15% em dez anos", explicou Amanda Gurgel, que participa de debate na tarde de hoje, no auditório do Liceu.

Para a professora, o projeto encaminhado pelo Governo Federal ao Congresso, que deverá valer até 2021, é idêntico ao encaminhado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso em 2001. "E apenas 2,9% do PIB foi investido. Essa projeção não nos dá garantia de que serão realmente aplicados 7%", acrescenta.

Segundo Amanda Gurgel, os sindicatos e associações de professores estão buscando a revitalização de um PNE elaborado por trabalhadores em educação em 1997, que tem como diretriz principal o investimento imediato de 10% do PIB integralmente na educação pública para fazer sua contraposição ao projeto do Governo Federal. A adequação desse plano culminará em jornadas de trabalho que serão realizadas pelos sindicatos de profissionais da área de educação em todo o país no mês de janeiro.

"Na última quarta estive em audiência pública com o ministro Fernando Haddad e esse assunto está na pauta do dia no Congresso. Mas os mesmos parlamentares que falam dos empecilhos econômicos e legais para esse aumento de 7% para 10% são as mesmas pessoas que as criam. Se quisessem, poderiam alterá-las", afirmou Amanda Gurgel.

Há ainda empecilhos políticos para a mudança do projeto em tramitação, segundo a professora. Alguns parlamentares argumentam que o percentual encaminhado pelo Executivo coincide com a promessa de campanha feita pela presidente Dilma Rousseff (PT).

"Outra dificuldade que eles colocam é saber de que esfera de Governo viriam os recursos. Para nós, do Movimento em Defesa da Educação Pública, deve vir do mesmo lugar que vieram os 44% do PIB para pagar a dívida pública ano passado", defendeu a professora, acrescentando que os políticos "de modo geral, não são comprometidos com a educação, mas com os empresários que financiam suas campanhas".

Deu na Imprensa: Central Sindical traz professora do RN para falar sobre PNE

Amanda Gurgel foi destaque nacional em discurso no qual denunciou problemas educacionais.


A Central Sindical e Popular (CSP Conlutas) promove, neste sábado (18), às 17h30, uma palestra com a professora potiguar Amanda Gurgel. Ela vem debater o Plano Nacional de Educação (PNE, projeto de lei 8035/10 defendido pelo Governo Federal). O evento acontece no auditório do Liceu Piauiense.

A palestra é de caráter aberto e gratuito. Amanda Gurgel fez discurso em audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte e teve grande repercussão nas mídias sociais, por denunciar os problemas educacionais no País.

O debate sobre o PNE faz parte da campanha da CSP Conlutas em garantir, de imediato, investimentos de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na Educação Pública. 

A professora Amanda Gurgel, que é militante da CSP Conlutas, chega em Teresina na manhã deste sábado.Em todo o país, os trabalhadores e trabalhadoras da rede básica ao ensino superior estão fazendo mobilizações em defesa da Educação Pública de boa qualidade. É possível reverter o atual quadro de sucateamento e privatização da educação pública.

Para isso, de acordo com a CSP Conlutas, é imprescindível a aplicação imediata de 10% do PIB na Educação Pública. A participação da professora Amanda no debate também tem o sentido de fortalecer as lutas que acontecem hoje no Piauí, seja o SOS UESPI, a greve dos técnicos e servidores da UFPI, as mobilizações de servidores em vários municípios do Piauí, como em Teresina e Cocal de Telha, por exemplo.

Deu na Imprensa: Amanda Gurgel: Aluno do Prouni custa 3 vezes mais que da pública

20 de junho de 2011

Professora do RN participou de palestra em Teresina e condenou o financiamento público de universidades privadas.

A professora Amanda Gurgel, nacionalmente conhecida pelo discurso em audiência pública realizada na Assembleia do Rio Grande do Norte, que teve grande repercussão nas mídias sociais por denunciar os problemas educacionais no País, condenou o Prouni. Ela esteve em Teresina para um debate sobre Plano Nacional de Educação (PNE) do decânio 2010 - 2020.


A professora defende a aplicação imediata de 10% do PIB na educação pública. Segundo Amanda, o que o governo federal gasta criando uma vaga em faculdade particular, através do Prouni, poderia criar três vagas em universidade pública. 


"Estamos num momento de crise na educação, no fundo do poço, não tem mais para onde cair. O que estamos defendendo é uma medida de crescimento impactante que seja adotada imediatamente. Não vamos abrir mão dessa bandeira em troca do pré-sal, que vai demorar mais para obtermos as vantagens", afirmou a professora, que participou do debate no Liceu Piauiense.


Amanda defende que a isenção de impostos e diversas outras iniciativas como forma de financiar as faculdades, significa a privatização da educação. 


Ensino a distância


Em seu ponto de vista, o governo federal está incentivando mais a iniciativa privada do que a escola pública. E isso se reflete na qualidade do ensino. Um exemplo são as licenciaturas a distância. 


"O que nos defendemos para todos, mas que esta expansão ocorra com qualidade e rápido. Licenciatura 100% a distancia não garante qualidade no ensino", refletiu.

ISSO É UMA VERGONHA!!!

20 de junho de 2011

Deu na Imprensa: Amanda Gurgel debate o quanto professor no Piauí 'ganha pouco'

Professora que ficou famosa após falar algumas verdades veio ao 180graus e deu entrevista

A professora Amanda Gurgel, da rede pública de ensino do estado do Rio Grande do Norte, que ficou famosa após ter um vídeo de um depoimento seu gravado divulgado na Internet, concedeu entrevista à equipe de reportagem do 180graus e antecipou um pouco sobre a palestra que concede neste sábado (18/06) no auditório do Colégio Liceu Piauiense, Centro de Teresina. 

Ela aproveitou para falar sobre o descaso com a educação no Piauí e fez comparações mostrando o quanto um professor piauiense 'ganha pouco'.
 

A professora de Língua Portuguesa, Amanda Gurgel, esteve no Portal 180 Graus e falou sobre as dificuldades dos professores no dia a dia e sobre o tratamento secundário dado pelos governos ao longo dos últimos anos à Educação.



Durante a entrevista concedida ao Portal 180 a professora fez reiterados pedidos para que o "discurso político" e "a situação dos professores" tivessem mais peso na publicação do que a sua própria imagem. "Queria focar no discurso político, porque eu não tenho o menor interesse de focar na minha imagem", disse. 

Segundo Amanda a média salarial de um professor do estado do Piauí é uma das piores. “O professor aqui no Piauí ganha apenas R$900,00 por 40 horas trabalhadas enquanto no Rio Grande do Norte nossa média é de R$930,00 por 20 horas, ou seja, o professor aqui trabalha o dobro pra ganhar tão pouco”, disse Gurgel.
 

“Vejo que nada mudou desde que o vídeo caiu na internet, ainda falta muito para se fazer, pois os professores ganham muito pouco e não são reconhecidos da maneira correta. Aqui no Piauí os professores estão na luta por melhorias salarial, e no país inteiro não é diferente, a classe precisa de melhorias,” afirmou a professora.



Agora a educadora entra no movimento SOSUESPI, que é um movimento criado por professores e alunos da Universidade Estadual do Piauí que lutam por melhorias. O movimento foi instalado depois de uma assembléia entre alunos e professores em Setembro de 2010, e conta com o apoio do SiNDSERM e já ganhou força e repercussão nacional através do microblog ‘twitter’.


“A greve no Piauí não é culpa dos professores nem de alunos e sim dos governantes, pois os professores querem trabalhar mais não tem as condições básicas para desenvolver o que mais sabe fazer, ensinar. Pontuou a doscente. O professor Daniel Solon, falou que durante esta semana ocorreram assembléias e audiência publica para decidir a situação. “Nós professores não gostamos de greve, mais se for necessário e não resolverem a situação iremos entrar de greve no segundo semestre e não retornaremos as aulas”, disse Solon.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

FINALMENTE MANIFESTANTES CONSEGUEM ACORDO PARA A ABERTURA DA CEI

COM ACORDO PARA ABERTURA DA CEI, MANIFESTANTES DESOCUPAM A CÂMARA DE NATAL



Na noite da última sexta-feira, dia 17, os cerca de 100 manifestantes que ocuparam a Câmara Municipal de Natal por 11 dias deixaram o local com a sensação de que venceram apenas a primeira batalha. Após firmarem um acordo com os vereadores para a instalação da Comissão Especial de Inquérito (CEI), que deverá investigar os contratos suspeitos de irregularidade da Prefeitura, trabalhadores e estudantes decidiram desocupar a Câmara. A saída se deu logo depois da realização de uma audiência pública que debateu a criação da CEI para a próxima quarta-feira, dia 22. A desocupação do prédio ainda foi seguida de mais uma passeata pelas ruas do centro da cidade contra a prefeita Micarla de Souza (PV).

Primeira vitória
Durante a audiência pública, o auditório da Câmara Municipal ficou lotado e metade das cadeiras do plenário foi ocupada pelos manifestantes. Do lado de fora, no pátio do prédio, outras dezenas de pessoas assistiam à audiência por um telão. Os movimentos sociais, entidades estudantis e centrais sindicais que ajudaram a construir o Movimento “Fora Micarla!” estiveram presentes e avaliaram a ocasião como “uma primeira vitória”. “Voltaremos para as ruas em breve. Na próxima semana, teremos novidades. Nosso movimento cresceu. Esses 11 dias de acampamento serviram para fortalecer nossa organização. Continuaremos na luta. Essa foi apenas uma batalha vencida.”, disse o estudante universitário Marcos Aurélio.

A primeira vitória foi obrigar a Câmara de Vereadores a instalar uma Comissão Especial de Inquérito para investigar os contratos da Prefeitura, que estão repletos de indícios de corrupção. Entretanto, o Movimento “Fora Micarla!” ainda terá mais duras batalhas pela frente. A privatização das unidades de saúde, o abandono das escolas do município e o completo descaso com os serviços e os servidores públicos seguem na pauta dos manifestantes, que não pretendem encerrar suas ações apenas com a instalação da CEI.

Representando a Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (ANEL), o estudante de direito Victor Hugo discursou da tribuna da Câmara e defendeu a ampliação do movimento. “Hoje, depois de 11 dias de nossa ocupação aqui nesta Casa, a gente pode dizer: o movimento sai ganhando. Ele sai ganhando porque todas as vezes em que nós estávamos prontos para apanhar da polícia, resistindo pacificamente, a gente chamou a população e a população respondeu. Ou seja, a gente tem o apoio do povo natalense. E se temos o apoio do povo natalense, a luta não para aqui. Só vamos mudar a frente de batalha. A gente sai dessa Casa e volta às ruas. E é importante que agora a gente vá até as comunidades, até as periferias, onde estão aqueles que mais sofrem.”, destacou.

A solidariedade entre todos os setores da população e a descoberta do quão justo é se revoltar contra injustiças foram marcas registradas da ocupação. Em nota distribuída à imprensa, o movimento que também luta pelo impeachment da prefeita Micarla de Souza lembrou o significado das palavras união e protestar. “Descobrimos que não estamos sós e temos muita força quando estamos juntos. Foi preciso superar a noção de que protestar é uma coisa fora de moda, que não gera resultados, que é coisa de gente baderneira.”, diz trecho da nota.

11 dias que abalaram uma cidade
Os manifestantes do “Fora Micarla!” iniciaram a ocupação da Câmara Municipal no dia 7 de junho. Foram 11 dias que abalaram uma cidade, tomando as páginas dos jornais locais e da imprensa nacional. Na opinião de todos aqueles que estiveram ocupando o prédio, o período de ocupação serviu para abrir um importante debate sobre as condições da cidade e de seu povo. Durante os 11 dias, estudantes, trabalhadores, sindicalistas, servidores públicos e a população em geral tiveram um espaço para expor suas opiniões e apontar os problemas da Prefeitura. As centenas de pessoas que passavam todos os dias pela Câmara, junto com os 90% do povo que rejeitam a administração da prefeita, mostraram a urgência das mudanças e a necessidade da participação popular nas decisões da vida da sociedade.

O “Acampamento Primavera sem Borboleta”, como foi chamada a ocupação dos manifestantes, em referência ao símbolo (uma borboleta) usado pela prefeita Micarla durante sua campanha eleitoral, foi inspirado na luta da Primavera Árabe, que tem iniciado revoluções contra ditaduras sangrentas na região do Norte da África e do Oriente Médio. Tanto lá quanto aqui, as manifestações têm à frente a juventude e seu espírito revolucionário. Simbolicamente, a disposição de ambos os movimentos para mudar os rumos da história poderia ser resumida numa palavra de ordem repetida diversas vezes na ocupação da Câmara de Natal: “Até que tudo cesse, nós não cessaremos!”.

Deu na Imprensa: “Não sou uma heroína”, diz Amanda GurgelMário Coelho

Na manhã da última quarta-feira (15), a sessão ordinária da Comissão de Educação foi aberta com o anúncio da presença de integrantes da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), órgão representativo de entidades sindicais brasileiras. Entre eles, estava a professora potiguar Amanda Gurgel, que alcançou o status de celebridade instantânea na internet por conta de um depoimento dado em audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte em 10 de maio.

Logo que seu nome foi anunciado, começaram os comentários de pessoas presentes à sessão. Eles eram uma mistura de surpresa e admiração. Falavam de como seu depoimento já tinha passado de 1 milhão de visualizações no You Tube. Em um mês, o mesmo vídeo, publicado por diferentes usuários do site, já foi visto mais de 2,2 milhões de vezes.

A repercussão também pegou a professora de surpresa. Neófita nas redes sociais, até o vídeo começar a correr a internet, a presença de Amanda era pequena na rede mundial de computadores. Não tinha perfil no Facebook e nem no Twitter. Mantinha uma conta no Orkut, visitada poucas vezes, só “para ver os recados”. Hoje, além de estar presente nas principais redes, ela tem até um blog onde divulga suas andanças pelo país.

Filiada ao PSTU, a sua presença em Brasília reflete uma mudança na atuação de classe da professora. Ela tem viajado pelo país participando de movimentos de professores. Esteve, por exemplo, em Florianópolis e no Rio de Janeiro, entre outras cidades. Deu entrevistas para veículos regionais e até para o programa Domingão do Faustão, da TV Globo.

Em entrevista concedida ao Congresso em Foco na quarta-feira, ela reconhece que tem aproveitado o sucesso para ampliar a visibilidade das reivindicações dos professores e, na visão dela, das greves na educação. “Até me orgulharia de ser um modelo a ser seguido. Não por aquela fala na audiência ou por esta repercussão, mas pela história mesmo de militância que as pessoas devem fazer”, afirmou.

Na sessão de quarta-feira, ela estava acompanhada por, entre outros, o presidente nacional do PSTU, Zé Maria. Por enquanto, Amanda diz que não teve tempo para pensar em se candidatar a um cargo eletivo. Ao Congresso em Foco, afirmou que seu lugar é na escola, mas também não nega que isso possa fazer parte do seu futuro.

Nas viagens que têm feito pelo país, a professora potiguar acredita que os problemas enfrentados pelos professores são similares. Ela critica a postura dos governos estaduais e federal, tanto pela falta de diálogo com a categoria quanto pela judicialização das greves. Além disso, tem defendido que o Plano Nacional de Educação (PNE) tenha a previsão de aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação de forma imediata.

Tanto durante a entrevista como pela sua passagem pela Câmara, Amanda foi abordada diversas vezes por funcionários da Casa e visitantes. Em todas as intervenções, eram palavras de elogios por conta do vídeo gravado na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. “Acabou que as pessoas se identificaram com isso”, disse Amanda, que é professora desde 2002.

Leia a íntegra da entrevista:

Congresso em Foco - Como você está fazendo o blog?
Amanda Gurgel - Estou contando com o auxílio de um amigo, que é jornalista, em Natal. Como eu não tenho tido muito tempo, eu vou fazendo as matérias e ele vai postando. Também vai postando outros textos que sejam relacionados à educação. Ele tem selecionado, tem feito uma seleção de textos muito interessante. Textos que contribuem para a formação das pessoas. Ele manda para mim e posta no blog. A gente tá dividindo um pouquinho porque realmente pra mim tá muito pesado.

O blog é uma consequência do vídeo que virou hit na internet?
Com certeza. O blog, o twitter, o facebook. Eu era uma pessoa excluída das redes porque nunca me interessei. Tinha, na verdade, um certo receio da internet, justamente por isso. A internet é um perigo, qualquer coisa que entra ali toma uma proporção que ninguém imagina. De repente, eu me vi nessa situação. Antes, eu não tinha nada. Tinha só um perfil no Orkut, que entrava uma vez por semana para ver o que tinha de recado. Agora tenho tudo.

No dia da audiência pública você imaginava que aquele seu depoimento pudesse ter um alcance como este?
Não, nunca imaginei. Ali naquela fala, não existe nada, nenhuma informação, que seja novidade, ou que não corresponda exatamente à realidade das escolas brasileiras e da vida do professor. Mas acabou que as pessoas se identificaram com isso. Demonstrando que essa realidade não é apenas do Rio Grande do Norte, ela é do Brasil inteiro. Esse fato, aliado ao fato da crise da educação geral, ao fato de eu ter me dirigido diretamente aos deputados, à secretária (de Educação), ao promotor. Isso não é muito comum, as pessoas têm um certo receio. Acho que foram esses elementos que se somaram e geraram essa repercussão.

Quais as suas atividades em Brasília?
Eu vim para participar de uma atividade grande que vai acontecer amanhã, dos servidores federais da educação. Nós estamos nos somando a essa atividade e levantando essa bandeira dos “10% no PIB já” [o movimento quer que 10% do Produto Interno Bruto seja investido obrigatoriamente em educação]. Vou participar também de uma reunião com a Andes [Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior]. Aproveitei a oportunidade de participar da reunião ordinária da Comissão de Educação da Câmara para entregar nosso manifesto em defesa dos 10% no PIB já e contra o Plano Nacional de Educação que aprofunda a privatização na educação.

Se você tiver oportunidade, pretende falar com o ministro da Educação, Fernando Haddad, as mesmas coisas do vídeo?
Se eu tiver oportunidade, com certeza. É minha obrigação como trabalhadora. Essa tarefa que eu acabei recebendo de forma espontânea, pelo reconhecimento por parte das pessoas, eu tenho que fazer. Vou dizer a ele que ele precisa garantir os mecanismos legais para os trabalhadores. O argumento para negar garantias aos trabalhadores são sempre as leis. Como por exemplo o nosso salário. A alegação para não aumentar nosso salário é sempre a Lei de Responsabilidade Fiscal. Como são eles que produzem as leis, em especial os deputados, eles têm total condições de rever a lei para que garanta o investimento de 10% do PIB em educação.

Recentemente, nós vimos cinco governadores entrarem no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a Lei 11.738/08, que instituiu o piso nacional dos professores de ensino básico das escolas públicas brasileiras. Qual a sua opinião sobre esta situação?
É um reflexo apenas, não é uma novidade, não é algo que a gente vê como um absurdo. É mais um reflexo do descaso que existe dos governos todos, não só dos estados, mas do federal também, que realizou um corte de mais de R$ 3 bilhões na educação. Qualquer iniciativa por parte de qualquer governo, de implementar um piso, que aliás é irrisório, com certeza vai ser questionada, vai ser levada à última instância para que seja negada. Mas a nossa obrigação como trabalhador é pressionar os governos da forma clássica, nas ruas, com greves para que essa lei seja cumprida, já que é tão raro que haja uma lei que nos favoreça.

Também existe um movimento por parte do poder público de repressão às greves por meio de ações na Justiça. Não só na área de educação, mas também em outras áreas, como no caso dos bombeiros no Rio de Janeiro.
O que também não é uma novidade. Isso sempre acontece. As últimas greves que fizemos no Rio Grande do Norte foram acabadas por força da Justiça. O que prova também que a Justiça não é imparcial, ela está a favor da classe dominante. Não é novidade essa repressão que acontece com as nossas lutas. Mais uma vez é nossa missão reagir. Os trabalhadores são tratados como se fossem bandidos. Esse é mais um aspecto do descaso com os trabalhadores.

Qual a sua avaliação sobre os oito anos de governo Lula e deste começo de governo Dilma Rousseff na educação?
O governo Lula é um governo que investiu em propaganda relacionada à educação. Já que a ampliação, o aumento da oferta de vagas do ensino superior, que foi o carro chefe dele, se deu pelo processo de privatização, que é o investimento do recurso público em instituições privadas por meio do ProUni, que garante tanto a bolsa parcial quanto o incentivo fiscal às empresas. Foi um governo de privatização, de sucateamento da universidade pública, já que a expansão de vagas ocorreu de forma totalmente desproporcional à expansão dos recursos. Isso significa a queda da qualidade. Está havendo um aumento acelerado da relação aluno/professor. Mais alunos por professor. Isso implica na queda de qualidade do ensino. Além do aumento nas filas. Fila para o restaurante universitário, fila para assistência estudantil como um todo. É um governo de propaganda, de privatização do ensino superior.

Então, na sua opinião, é aquele velho ditado de que em política educação não dá voto, mas sim obras e outras realizações que aparecem mais?
Acho que sim, que se aplica muito bem a esse caso. Enquanto estamos vendo prédios novos surgindo nas universidades, excelentes para campanhas publicitárias, ninguém está vendo o que realmente acontece dentro daqueles prédios. A forma como está se dando a produção do conhecimento, não está se levando em consideração. É o que chama a atenção, é o que dá voto, é o perfil do governo Lula, que está sendo replicado pelo governo Dilma, respaldado pelo Plano Nacional de Educação [PNE]. É por isso que nós nos opomos ao PNE e exigimos o investimento imediato de 10% do PIB, já que nós não temos garantia nenhuma de que em dez anos investimento diferente possa acontecer.

Desde o vídeo, você tem conseguido dar aulas no Rio Grande do Norte?
Na verdade, na rede estadual eu estou em greve. Então, estou me esforçando para conciliar as atividades nas outras greves no país, que é importantíssimo. As pessoas estão sentindo a necessidade de articular as greves para construir um movimento nacional para exercer uma pressão maior em defesa dos 10% do PIB. Estou procurando conciliar as greves em outros estados com a minha. E, na rede municipal, onde não estou em greve, eu estou trabalhando no laboratório de informática, que é uma ferramenta auxiliar para os professores que estão em sala de aula. Eu estou negociando com meus colegas, a gente está se revezando lá, estão me dando todo o apoio. Nos dias que eu estou fora, eles estão empenhados em garantir o funcionamento do laboratório. Ou cancelam suas agendas para o laboratório. Estão me apoiando nesta atividade, assim como a direção e os alunos também.

Quando o vídeo saiu, e começou a correr pela internet, muitas vezes ele era replicado com palavras de estímulo. Você se sente como uma espécie de modelo?
A minha preocupação era que as pessoas passassem a me ver como uma mártir da educação, uma heroína. Eu tenho tido essa preocupação de dizer que eu não sou capaz de fazer nada sozinha, que o que pode determinar uma transformação para o quadro que vivemos é a mobilização de todos. Neste sentido, eu acho importante que as pessoas se espelhem em mim. Afinal de contas, esta sempre foi a minha atividade, desde que eu entrei para o magistério. Logo que eu entrei, já aderi à primeira greve. Até me orgulharia de ser um modelo a ser seguido. Não por aquela fala na audiência ou por esta repercussão, mas pela história mesmo de militância que as pessoas devem fazer. Que é nossa obrigação enquanto trabalhador em educação, que não se deixa levar pelo discurso da mídia de que nossas greves é que prejudicam os alunos. Os alunos são prejudicados pelas condições das escolas.

Como acabar com esta imagem?
Isto tem a ver com a consciência de classe. É uma coisa que a gente vê que vai avançando aos poucos, mesmo dentro da própria luta. Nós não temos a mídia a nosso favor, nós não temos esse instrumento de comunicação tão poderoso a nosso favor. Se se diz diariamente que a greve atrapalha, as pessoas acabam assimilando essa ideia. Na luta, nós estamos fazendo o papel de desmistificar. O que prejudica é a falta de investimento dos governos, que faz os alunos passarem o ano inteiro sem professor de português, de matemática. Muito embora tendo aula todos os dias. O aluno que assiste à aula sem merenda. O aluno que fica uma semana sem assistir às aulas porque uma caixa d’água está quebrada. Isto que é o prejuízo. Quando a gente luta, é para que esta situação seja resolvida. Este é o compromisso do educador.

Nessas viagens, qual o cenário que você tem visto na educação do país?
O mesmo do Rio Grande do Norte. É um cenário de caos mesmo, espalhado pelo Brasil inteiro. Não existe um lugar sequer no Brasil em que as coisas funcionem satisfatoriamente. Desde a estrutura da escola até passando pela quantidade de vagas que é oferecida até o salário do professor. Em todos, existem problemas.

A senhora pensa em concorrer a um cargo eletivo, sair da vida de professora e entrar para a vida pública?
Não, isso é uma discussão que não tenho tempo de fazer agora. Estou tão envolvida neste debate, que é um debate nacional, que eu não tenho tempo para pensar sobre isso. O meu lugar, até hoje eu vejo isso, é na escola. Na escola e nas lutas. Não tenho pensado sobre isso por enquanto.

MIRCALA DE SOUZA SERÁ QUE ELA VAI DESISTIR...


Micarla de Sousa: "Eu já pensei em desistir"

A prefeita de Natal, Micarla de Sousa (PV), confessou, em entrevista a O Poti/Diário de Natal, que já pensou em desistir da política para voltar às atividades empresariais. No entanto, destacou que isso faz parte do passado e confirmou que permanecerá na vida pública, mesmo contrariando muita gente.

"Não entrei na política pensando em morrer como ser humano. Entrei pensando em crescer como gente. Hoje acho que sou uma pessoa muito melhor", declarou.

Em um tom mais incisivo do que o usual, Micarla criticou a deputada federal Fátima Bezerra (PT) e a vereadora Sargento Regina (PDT). A prefeita também comentou os protestos do movimento "Fora Micarla", que pede seu impeachment.

"A causa democrática não pode ser uma causa para tirar alguém legitimamente eleito pelo povo. Assim, o movimento deixa de ser democrático. Está na contramão da história. Esse tipo de movimento está sendo, neste instante, inflamado por políticos que têm os seus projetos vinculados às eleições de 2012", ponderou.

Veja alguns trechos da entrevista:

A senhora reconhece a legitimidade das críticas direcionadas à sua administração? 

Com certeza. Reconheço sim, porque inclusive as críticas que vêm a mim são provocadas pela falta de recursos. Na hora de dividir o dinheiro tem recursos para pagar pessoal, merenda, remédios. A gente tem que eleger prioridades. Reclamam da questão dos buracos. Mas, se tivesse que escolher entre mandar dinheiro pra Saúde, pra Educação ou tapar buracos, o que vocês fariam? É igual à casa da gente. Precisa eleger prioridades. 

Como a senhora está vendo as manifestações do movimento "For a Micarla"? 

Eu respeito todo e qualquer movimento, desde que ele seja ético, respeitoso e democrático. Esses três pontos são fundamentais. Não vejo aqueles jovens como adversários. Acho que eles creem, no íntimo deles, que estão lutando por uma causa. A causa democrática não pode ser uma causa para tirar alguém legitimamente eleito pelo povo. Assim, o movimento deixa de ser democrático. Está na contramão da história. É um movimento antidemocrático. Esse tipo de movimento está sendo, neste instante, inflamado por políticos que têm os seus projetos vinculados às eleições de 2012.

Que políticos são esses?

As bandeiras de todos os partidos envolvidos estavam lá no pátio da Câmara Municipal de Natal. Todos esses políticos que estão aparecendo e demonstrando apoio. É só perguntar a essas pessoas. Eu diria que 99% são candidatos no ano que vem. Então, estão tentando utilizar daqueles jovens para fazer escada, um trampolim para as eleições de 2012. Quais daqueles que colocam seus apoios, que são tão solidários, não são candidatos no próximo ano?

A senhora aceitaria conversar com os manifestantes?

Sim. Já, inclusive, coloquei isso no Twitter. Acho que melhor, muito melhor, é ter uma conversa, mesmo que seja tensa, complicada. Isso faz parte do processo democrático. Que bom que temos pessoas que pensam diferente. Eu atenderia. Já me dispus desde o início. Gostaria de saber qual é a lista de reivindicações. Mas o que recebi até agora foi o silêncio.

Em resposta à sua pergunta de sugestões do movimento para melhorar a cidade, eles sugeriram que a senhora exonere toda sua equipe, renuncie ao cargo e peça desculpas à população de Natal pelo caos administrativo em que, segundo eles, a senhora deixou a cidade. Como a senhora recebe essas sugestões?

Eu fico muito triste com esse posicionamento, porque são jovens, vivendo em um período de democracia, de abertura, e como eles se posicionam de uma forma tão retrógrada, dizendo eu não gosto de você e quero que você saia pedindo desculpas? Eu não tenho do que pedir desculpas. Eu tenho que pedir ajuda. Tenho humildade para pedir ajuda. Não conheço todas as soluções. Soluções se constroem em equipe, com a sociedade ajudando. Não existem mais salvadores da pátria. Hoje, a própria sociedade vê que precisa dar as mãos para construir o futuro que a gente quer. Independentemente de gostar ou não de mim e da minha gestão, todo natalense deveria ajudar. Dizer eu não gosto de você e quero que você saia não ajuda em nada. Isso é muito perigoso, se tratando de jovens, em pleno século 21. Tantos jovens morreram na ditadura lutando para que pudéssemos ter eleições e agora querem acabar com o resultado de uma eleição. Hoje, vários prefeitos sofrem com esse tipo de desgaste. É triste ver, após tanta luta, uma parte pequena da juventude ser usada por políticos que estão pensando nas eleições de 2012.

Durante a semana passada, a deputada federal Fátima Bezerra (PT) usou a tribuna da Câmara Federal para declarar apoio ao movimento e criticar sua gestão. Ao mesmo tempo, existe uma aliança entre sua administração e o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). A postura da deputada pode prejudicar essa aliança?


De forma alguma. Quando optei por apoiar, no segundo turno, a candidatura de Dilma, sabia todos os riscos que corria. Sabia do risco de perder o apoio do DEM, mas era algo que tinha a ver com tudo o que eu acreditava. Eu queria uma mulher presidente do Brasil. Eu não a apoiei pensando em colher os louros e me aproximar do PT do estado. Eu sabia que não haveria essa aproximação. Mas a presidente sabe disso desde o início. Eu confesso que não consigo compreender a deputada Fátima Bezerra, que teve comigo uma disputa justa. Eu ganhei e ela poderia ter ganhado. Se ela tivesse saído vencedora, eu teria uma postura diferente, devido ao meu histórico de vida. Mas ela teve uma postura de fazer uma oposição não a Micarla, mas a Natal. Nesses três anos, ela não mandou um real de emendas para a cidade. Anteriormente, ela mandava ano após ano. Uma pessoa que teve mais de 85 mil votos em Natal deveria ter uma postura diferenciada. Mas não cabe a mim julgar. Cabe a cada um fazer sua sentença. Mas a posição do PT aqui não provoca nenhum problema para nossa gestão em Brasília. Eu recebo muito apoio dos membros do PT nacional. Não tenho nenhuma reclamação a fazer do governo da presidente Dilma em relação à nossa cidade. 

Logo após a coletiva em que a senhora anunciou que iria entregar todos os contratos de aluguéis ao Ministério Público, o órgão anunciou a abertura do inquérito e a vereadora Sargento Regina disse que há uma investigação da Polícia Federal, envolvendo sua gestão. A prefeitura tem alguma informação sobre esse inquérito?

Há uma verdadeira fábrica de factóides. Eu nunca ouvi falar na minha vida que uma investigação da Polícia Federal pudesse ser colocada assim às claras. A última que existiu, que pegou políticos, empresários, até um jornalista, foi a operação Hígia. Só viemos saber quando a PF chegou e pegou. Então, há uma fábrica de factóides. Eu sei a quem interessa. É tudo voltado para as eleições de 2012. A cada dia é uma história diferente. Dizem que tenho hotel em Portugal, que construí hospital no interior. Tudo criado de uma forma fantasiosa. Sargento Regina precisa ter responsabilidade, pelas coisas que ela coloca, pois ela foi eleita pelo povo para apresentar projetos. Quais foram os projetos verdadeiramente apresentados pela vereadora nos últimos anos? Será que o único projeto que existe da vereadora é criar factóides? É ter que se defender dos vídeos divulgados no Youtube? Qual é o projeto dela nesse momento? Com relação à prefeitura, estou com a consciência tranquila. Quando percebi que a oposição disse que tinha algo bombástico sobre os aluguéis, vi que a própria oposição não quis participar da CEI dos Aluguéis. Ela deveria ter o ônus da prova, pois fez a denúncia. Não cabe à prefeitura se envolver nas prerrogativas do legislativo. Vi que a oposição queria criar factóides em cima disso, eu mesmo resolvi entregar os contratos ao MP, antes da abertura do inquérito.

Em algum momento, a senhora já pensou em desistir?

Sim. Em vários momentos. Mas, eu pensei que não entrei na política pensando em morrer como ser humano. Entrei pensando em crescer como gente. Hoje acho que sou uma pessoa muito melhor. Fui às comunidades ver os sonhos das pessoas humildes. Como por exemplo a situação dos jovens de escolas públicas que não conseguem vagas nas universidades públicas. Criamos o Proeduc e damos bolsas para que eles sejam advogados, médicos, jornalistas, engenheiros, desembargadores... Estou vendo o sonho de muita gente humilde, do filho do trabalhador, virar realidade. Isso é muito gratificante. Quando eu pensei na política sempre pensei dessa forma, de ajudar ao povo. Hoje, eu posso dizer pra população: já pensei em desistir da política, mas não vou desistir. Já pensei, mas é quase que instantâneo: quando vem esse pensamento, ao mesmo tempo, como algo de Deus, me mostra qual é minha missão. Até Jesus pensou em desistir. Imagina eu, pobre mortal. 

Já que a senhora disse que não desistirá da política, então a candidatura à reeleição está confirmada?

Isso não é ideia fixa para mim. Hoje, o que eu penso é em trabalhar. Independente de eu ser candidata, quero em 31 dezembro de 2012 olhar para trás e dizer que cumpri minha missão. A isso eu sou candidata, a cumprir minha missão. Eu não vou abrir mão de cumprir o mandato que o povo de Natal me deu. Mas não tenho ideia fixa com a reeleição. O povo vê quase como obrigação, mas e, se por algum motivo, eu achar que já cumpri minha missão? É uma questão de foro íntimo e pessoal. O que passa na minha cabeça é que tenho que trabalhar.

*A entrevista completa você confere na edição deste final de semana do O Poti/Diário de Natal, que já começou a circular.